sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Autonomia Paralela

De vez em quando, distraído, esquecia o que estava fazendo, ia fazer outra coisa, mas a coisa esquecida, por não terminada, continuava do seu jeito... E, de vez em quando, coisas que tinham partido e coisas que tinham ficado encontravam-se num cruzamento-tempo qualquer e ele reconhecia seus antigos traçados, encantava-se com os novos. Eventualmente, essas coisas retornadas começavam um novo desenho para tudo que fosse improvável. Como a lapiseira que ficou perdida dentro do caderno de sonhos e continuou escrevendo um sonho que ele não tinha sonhado ainda. Foi aí que as coisas se inverteram e ele se viu vivendo o sonho e dormindo a vida. Porque era assim. A ordem das coisas se invertia e pronto. E quando achou a lapiseira dentro do caderno voltou a dormir primeiro e sonhar depois.

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